Os futuros agrícolas encerraram a quarta-feira com desempenho misto na CBOT, com soja e trigo em leve baixa acompanhando a queda superior a 1% do farelo, enquanto o milho ajustou em leve alta impulsionado pela produção recorde de etanol na primeira quinzena de dezembro e por um balanço mais apertado do biocombustível; no caso da soja, o USDA confirmou a demanda chinesa, embora o clima favorável na América do Sul permaneça como fator central para a formação de preços no primeiro semestre de 2026.
O trigo de inverno dos EUA entra em dormência sem riscos imediatos de danos por frio, com a produção total em 2026/27 estimada em 51,7 milhões TM pela LSEG, mantendo projeções estáveis de área e produção, enquanto o baixo risco climático no inverno contrasta com preocupações persistentes de seca em regiões de SRW como Illinois e Indiana, ao passo que áreas de HRW nas Grandes Planícies apresentam níveis mais adequados de umidade.
A exportação brasileira de soja em dezembro foi estimada em 3,57 milhões TM, acima da projeção anterior, segundo a Anec, enquanto os embarques de milho e de farelo de soja também foram revisados e permanecem superiores aos volumes registrados em dezembro do ano passado, refletindo um ritmo mais forte de exportações do complexo soja e de grãos.
As exportações de trigo mole da União Europeia somaram 10,5 milhões TM até 14 de dezembro da safra 2025/26, queda de 2% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto as exportações de cevada avançaram 135% e as importações de milho recuaram 20%, segundo dados da Comissão Europeia, evidenciando mudanças relevantes no fluxo comercial do bloco.
A FranceAgriMer reduziu a projeção de exportações francesas de trigo mole para fora da União Europeia em 2025/26 diante da maior concorrência internacional e da expectativa de ampla oferta global, ao mesmo tempo em que revisou para cima os embarques dentro do bloco e reduziu a estimativa de estoques finais, refletindo maior demanda interna e menor importação de milho.
As exportações de trigo da Ucrânia foram impactadas por ataques russos a portos e à infraestrutura de energia no Mar Negro, que reduziram a operação portuária para cerca de 20% da capacidade, segundo o sindicato dos agricultores ucranianos, enquanto o Ministério da Economia informou queda no volume embarcado na safra 2025/26 em relação ao ciclo anterior, apesar da manutenção da política de não impor restrições às exportações.
A atualização do modelo GFS desta tarde indica, para os próximos 10 dias no Brasil, acumulados intensos de até 200 mm em áreas do MS, MT, TO e MA, volumes leves no PR, SP e BA e moderados em SC, MS, GO, TO e MA, enquanto na Argentina predominam volumes leves no centro e sudeste da região agrícola, com acumulados mais elevados no norte do país.